quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Michael Jackson fala sobre o filme Captain EO


Captain EO surgiu porque os Estúdios Disney queria que eu inventasse um novo brinquedo para os parques. Disseram que não se importavam com o que eu faria, contanto que fosse criativo. Tive uma grande reunião com eles, e durante a tarde eu disse que Walt Disney era um herói para mim e que eu era muito interessado em sua historia e filosofia. Queria fazer algo que o próprio Sr. Disney aprovasse. Já li diversos livros sobre Walt Disney e seu criativo império, e era importante pra mim fazer as coisas do jeito que ele faria. Acabaram me pedindo pra fazer um filme e concordei. Eu disse que gostaria de trabalhar com George Lucas e Steven Spielberg. Porém Steven estava ocupado, por isso George trouxe Francis Ford Coppola e assim inteiramos a equipe de Captain EO.

Eu voei até São Francisco umas duas vezes pra visitar George em sua casa, o rancho Skywalker, e eventualmente tivemos a idéia do cenário para o curta, que seria incorporar cada avanço da tecnologia 3D. O publico que assistisse Captain EO ia se sentir em uma espaçonave em movimento.



Captain EO é sobre transformação e sobre como música pode ajudar a mudar o mundo. George inventou o nome Captain EO. (EO em grego significa “Amanhecer.”) A história é sobre um jovem que parte em uma missão por seu miserável planeta liderado por uma rainha má. É-lhe confiado a responsabilidade de oferecer aos habitantes luz e beleza. É uma grnade celebração do bom sobre o mal.

Trabalhar em Captain EO reforçou todos meus sentimentos positivos que eu tinha sobre trabalhar em filmes e me fez preceber que é em direção deste ramo que meu futuro seguirá. Eu amo filmes, sempre desde pequeno. Por duas horas, você é transportado pra outro lugar. Filmes te levam pra qualquer lugar. Por isso que eu gosto. Eu posso me sentar e dizer “Tá, agora nada mais existe. Leve-me a um lugar maravilhoso que me faça esquecer dos meus problemas, minha rotina e preocupações.”

Eu também adoro ficar em frente de uma câmera 35 mm. Lembro que meus irmãos diziam “Não vejo a hora desta cena acabar.” E eu não entendia porque eles não gostavam. Eu observava, tentava aprender, vendo o que o diretor queria, o que o responsável pela iluminação estava fazendo. Queria saber de onde que a luz vinha e porque o diretor repetia a mesma cena várias vezes. Eu gostava de ouvir as mudanças feitas no roteiro. É tudo parte do que eu considero ser minha educação em filmes. Ser pioneiro em certas idéias é tão excitante pra mim e a indústria cinematográfica do momento parece estar sofrendo de falta de idéias; tanta gente anda fazendo a mesma coisa. Os grandes estúdios me faziam lembrar do jeito que a Motown agia quando a gente se desentendia com eles; queriam respostas fáceis, queriam que seu pessoal apostasse na mesma fórmula assim, o público não curtia. Tantos andam fazendo a mesma coisa batida. George Lucas e Steven Spilberg são exceções.



Vou tentar fazer algumas mudanças. Vou tentar mudar algumas coisas um dia. Marlon Brando se tornou um grande amigo de confiança meu. Nem dá pra dizer o tanto que ele me ensinou. A gente se sentava e conversava por horas. Ele me falou bastante sobre filmes. É um ator extraordinário e trabalhou com tantos gigantes da indústria – de outro atores até cameramen. Eles tem um respeito pelo valor artístico do ramo de filmagem que me impressiona. Ele é com um pai pra mim.

Então, atualmente filmes fazem parte do meu sonho número um. Mas tenho muitos outros sonhos também.


FONTE: Texto retirado do livro Moonwalk

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