quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Lost Children - As Crianças Perdidas


Em Novembro do ano 2000, Michael se juntou a mim em Nova York. Nós reservamos um andar inteiro no Four Seasons. Michael ficou com uma suíte, como sempre, ao passo que Grace tinha um quarto só para ela e eu também. As crianças geralmente ficavam com Michael em seu quarto, a não que ele fosse acordar muito cedo para ir ao estúdio, quando dormiam com Grace.

Michael havia montado um estúdio de gravação em outro dos quartos do andar e levado Brad Buxer para trabalhar lá mesmo no hotel. Uma das canções que ele e Brad aperfeiçoaram ali foi “Lost Children”, em que Michael expressava o desejo de que as crianças perdidas do mundo pudessem esta em casa com os pais. Se alguém ainda pensasse que Michael sofria de um clássico complexo de Peter Pan, aquela música era prova que, ao contrário do personagem de James Barrie, ele não desejava viver num mundo em que “garotos perdidos” habitavam uma fortaleza subterrânea. Michael queria que as crianças estivessem na segurança de seus lares. Ao final da canção, meu irmão Aldo, então com 7 anos, e Prince, que tinha apenas 3, travaram um pequeno diálogo. Michael lhes deus frases e Brad gravou suas vozes.

_Aqui na floresta é tão silencioso. Olhe só quantas árvores – diz Aldo.

_E quantas flores lindas... – acrescenta Prince.

A inspiração para “Lost Children” era a vida emocional de Michael como pai. Ele sentia quanto sua presença era importante para seus filhos. Mas Michael possuía esse instinto de proteger as crianças bem antes de se tornar pai. Sempre havia se preocupado com o bem-estar delas. A paternidade não o transformou, mas o realizou como pessoa. E, no que dizia respeito à sua arte, serviu apenas para reforça suas crenças mais ainda.

Michael dizia que suas músicas se escreviam sozinhas, mas eu o via se esforçar muito em sua criação. Como de costume, ele escutava os hits mais recentes, acompanhando religiosamente as listas da 10 mais ouvidas. Sempre tinha suas favoritas, que colocava para tocar o tempo todo. Naquela época, elas eram “It Wasn’t Me”, de Shaggy, e “My Love is Your Love”, de Whitney Houston. O processo de criação era diferente para cada canção, mas ele geralmente começava com um trecho da melodia e então encaixava a letra nela.


Frank Cascio (Trecho do livro meu Amigo Michael)

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